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sábado, 25 de dezembro de 2010

Reflexão Natalina

Os cristãos têm conseguido a cada dia dar mostrar do quão difícil é cumprir o único mandamento que lhes deixou o Cristo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo... 
Ao contrário, pelejam entre si na tentativa inútil de mostrar "quem está mais certo", "quem detém a verdade", "quem conhece o caminho": porque se se corta o cabelo, é pecado; porque devoção a Maria é errado; porque sentarem homens e mulheres junto na igreja é errado (!!!); porque não fazer o sinal da cruz diante da igreja é pecado; porque divorciado comungar do corpo e do sangue é sacrilégio; porque presépio não é coisa de Deus... 
Os evangélicos de Sorocaba mal conseguiram se organizar para a Marcha para Jesus desse último ano; os católicos da matriz de Votorantim (rito romano) estão proibidos de ir às missas matinais de domingo da comunidade da Barra Funda cujo rito é bizantino; daimistas da linhagem mais ortodoxa (Alto Santo) se rejubilaram com o episódio Glauco, pois era uma mostra de como a linha mais eclética (Cefluris) estava errada... Porquês, porquês, porquês...
E quando se olha, então,  a festa natalina transformada  num misto de lendas nórdicas, personagens católicos e o "american way of life" juntos - puxa vida! Não há alguma coisa errada?
Nasci evangélico, adolesci católico, e, adulto, tornei-me espírita e daimista... 
O Cristo, elemento comum a tais e tantas outras denominações, pressupostamente era o mesmo em todas... Contudo, igualmente esquecido em lutas internas e interdenominacionais a fim de que os cristãos se afirmassem os "mais certos" para os cristãos das outras igrejas ou mais certos que seus irmãos cristãos da própria comunidade...
Ainda há coisas que me são automáticas: vá com Deus, Deus que ajude, Deus abençoe, Deus me livre, queira Deus... Rara descoberta: frases que se me tornaram quase que meras interjeições...  
Não que não creia mais numa força superior, mas a essência desse Deus judaico-cristão perdeu-se em tantas lutas, interesses e discursos ao longo dos cerca de 5000 anos de judaísmo e 2010 anos exatos de cristianismo, que passei a buscar essa essência pelo conhecimento dessa força, e não mais pelo temor...
E quem sabe, um dia eu possa dizer, do Deus que tive, dAquele a quem servi, 
imitando Marilena Chauí:
- Eu conheço Deus (esse judaico-cristão), mas não acredito nele... 
(P.S.: Isto é só uma reflexão, não adianta tentar convencer-me do contrário via scrap, que é bobagem, ok? Nem é minha intenção dissuadir ninguém de suas crenças,ok? =)
Texto de André Damázio.

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