Conhece-te a ti mesmo!
 O  que você perderia caso morresse? Que falta você faria? Alguma, talvez.  Os que ficam vão chorar um pouco e é, principalmente, por eles que vão  chorar. 
Mas, e você? Quem  é você? Antes que mais uma vez seja tarde demais, experimente dedicar a  si mesmo uma hora do dia, ou pelo menos trinta minutos. Somente trinta  minutos diários dedicados a você para tentar descobrir quem você é. Nada  de correrias, de gritarias ou de preocupações. Apenas você, atento,  lúcido e a sós para se analisar e tentar se conhecer para se tornar  artífice de um você bem melhor. 
Para  começar, sente-se confortavelmente e relaxe, com os olhos suavemente  cerrados. Depois, visualize mentalmente o local onde você se encontra, a  sua rua, o seu bairro, a sua cidade, o seu país, o seu continente, o  planeta Terra, a galáxia a qual a Terra pertence e, finalmente, o  Universo todo. Tudo isso cabe no seu pensamento e com seu pensamento  você é capaz de estar em tudo isso. Preste atenção à entrada de ar na  inspiração e à sua saída na expiração, e imagine todo o seu corpo estar  respirando energia vital. Inicie então a refletir sobre os seus atos e  atitudes, pois pelos efeitos pode-se vir a conhecer a causa. Comece  pelos fatos mais recentes que o tenham perturbado e, nesse seu exame de  consciência, tente ser o mais honesto possível consigo mesmo.
Na  sua introspecção, note que quando você é espectador do que se passa com  os outros, com facilidade lastima o fato de alguém se deixar levar a  extremos por coisas insignificantes. Porém, quando você é o ator da  cena, você é capaz de achar mil e uma justificativas. Exemplos disso são  encontrados a cada momento no curso diário da vida. É no relacionamento  irritadiço com os outros, é na raiva descarregada numa criança por  culpas menores, é na agressão física e verbal entre marido e mulher, é  na discussão violenta que termina em morte por pequenos problemas de  trânsito, e por aí afora. A cada instante há algum fato que nos põe à  prova. E para passar no teste, é só sermos reflexivos ao invés de  instintivos. 
Na sua  introspecção, decida começar a parar de justificar suas atitudes  incompreensíveis com a desculpa de que é "humano". Comece a  surpreender-se falhando aos seus propósitos, feitos com determinação  até! Se puder ter consciência da sua pequena força de vontade a cada vez  que falhar, isso o ajudará a se tornar mais tolerante e compreensivo  com os outros e mais diligente consigo mesmo. 
Aos  poucos, retornando ao estado de vigília, comprometa-se em tornar-se  melhor pela prática do autocontrole, ou seja, dizer e fazer as coisas  certas no momento certo. Comprometa-se a não barganhar a sua felicidade  com terceiros, e empenhe-se em não se perder no emaranhado de emoções  que só servem para fortalecer o egoísmo, pois enquanto confusos por  dentro e arrogantes e prepotentes por fora, seremos causa de discórdia  por não percebermos nos outros a complementaridade da verdade. E é  somente pelo autoconhecimento que vivenciaremos a unidade e seremos  capazes de transcender a natureza mortal do ser. 
"Se  manténs a tua alma aprisionada no corpo, se a abaixas e dizes: eu não  concebo nada, eu não posso, tenho medo, não sei o que sou, não sei o que  serei, que queres com Deus? Se não te fazes igual a Deus, não podes  compreender a Deus, pois o semelhante só é inteligível ao semelhante". 
(Texto  encontrado nos tratados filosóficos e éticos antigos e apreendido de um  Ser Infinito por Hermes Trismegistus, ser que possuía a mais alta  sabedoria em todas as artes e ciências no Antigo Egito).
 
Um comentário:
Ficou ótimo esse post. E está subliminar, a pessoa que quiser lê-lo vai ter que saber como.
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